quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E aí? AONDE ou ONDE?


E aí? O que eu uso agora? AONDE ou ONDE? 

Pessoal, essa dúvida é mais comum do que se imagina. No intuito de criar uma fórmula mágica em que se possa segurar na hora do desespero, vários livros e autores criaram subterfúgios gramaticais que não resolvem o problema.

Vamos à origem de tudo. A palavra onde e seus derivados significam lugar. Não precisa ser um lugar físico, mas tem de denotar lugar. O Alzheimer, onde a memória se manifesta, (...). Na frase, o onde fora usado de maneira incorreta, pois o Alzheimer não significa lugar. Mas em Na memória, onde o Alzheimer se manifesta, (...), ele fora usado de maneira correta, pois a memória passa a ser o lugar de manifestação da doença. 

Agora, e a diferença em ter o uso de aonde e onde? Pois bem, quem pensou em movimento para um e não movimento para o outro... errou! Nada tem a ver com o movimento de nada. A diferença é uma questão de regência. 

Cidade Negra cantou: 

“Aonde você mora?
Aonde você foi morar?

Erraram os dois versos! Apesar de se ter a falsa ideia – que engana o estudante – de que há movimento no segundo verso, não deveria ser usado o AONDE. 

Aonde = o verbo pede A (preposição)
Onde = o verbo não pede A (preposição)

Vejamos:

Entregaremos o comunicado ONDE? Pois quem entrega entrega algo EM algum lugar.
AONDE você pensa que vai? Porque quem vai vai A algum lugar.
ONDE deixei meus chinelos? Pois quem deixa deixa algo EM algum lugar.
Você quer chegar AONDE ele chegou. Porque quem chega chega A algum lugar.

Voltando ao Cidade Negra: 

“Aonde você mora? Quem mora mora EM algum lugar, então é correto “ONDE você mora?”.
Aonde você foi morar? Quem vai morar vai morar EM algum lugar, portanto é correto “ONDE você foi morar?”

Estudem e sucesso.
Prof. Diego Amorim

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Vocativo e o Pronome de Tratamento


CUIDADO!

Há diferença entre Vocativo e Pronome de Tratamento no que diz respeito ao uso nas redações oficiais!

Vamos lá:

VOCATIVO: há apenas dois.

Excelentíssimo Senhor
- para Chefes de Poder (Presidente da República; Presidente do Supremo Tribunal Federal; Presidente do Congresso Nacional)

Senhor - para os demais. (Senador; Governador; Ministro; Juiz; etc.)

PRONOME DE TRATAMENTO: também há apenas dois. Com algumas ressalvas para Reitor, para autoridades eclesiásticas.

Vossa/Sua Excelência - para as autoridades, desde o Presidente da Câmara Municipal até o Presidente da República – para este nada deve ser abreviado.

Vossa/Sua Senhoria - para servidores em geral e particulares.

Algumas observações:

  1. quanto ao uso de Vossa ou de Sua: Vossa Excelência se dá quando se fala diretamente com a pessoa (com quem se fala). Sua Excelência se dá quando se fala da pessoa (de quem se fala).

Encaminho a V.Exª o projeto de lei de autoria de S. Exª o deputado XY dos Santos.

  1. quanto ao gênero: concorda-se com a pessoa a quem o adjetivo/numeral/pronome se refere.

V.Exª está atarefada (se mulher) / atarefado (se homem) e não atenderá no período da tarde.

  1. não se usa mais Digníssimo (D.D) nem Ilustríssimo (Ilmo.)
  2. evite-se o uso de Doutor (Dr.), por ser título acadêmico e não pronome de tratamento.

Professor Diego Amorim

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E o uso dos porquês?


 
Somente existem dois porquês na verdade! Sabiam? Vejamos:

Por que = separado, somente usamos quando ele é usado para fazer perguntas, ou seja, quando são interrogativos. Assim: “Por que você não veio à aula no sábado?” / “Não estudaremos mais hoje por quê?” / “Quero saber por que você me chamou.” Usaremos com acento quando perto de sinal de pontuação: Por quê, Joana?

Porque = juntinho, somente quando ele servir para explicar algo ou mesmo dar sua causa. Assim: “Não vim, porque estava ocupado.” / “porque estava muito cansado, não liguei para você.” / “Porque estudei pouco, você acha que não passarei?” / “Quero saber o porquê da sua chamada.” Usaremos com acento quando for substantivo e isso ocorre quando acompanhado por pronome ou artigo.

Prof. Diego Amorim.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pleonasmo!


Pessoal, sabemos o que é um pleonasmo. Mas sabemos sua diferença entre o vicioso e o que não é vicioso?

Pois bem, vamos a ela. A diferença se dá quando, mesmo sendo pleonasmo, temos uma função para ele: “As provas, resolvi-as ontem mesmo”. O as é um pleonasmo, um objeto direto pleonástico. Tem a função de retomar o sentido e reforçá-lo também. Portanto, não o chamamos de vicioso, o que o configuraria como erro gramatical.

Porém, quando se tem  “Há três anos atrás estudei para concursos.” Temos aí um pleonasmo vicioso, pois não há motivo para que use o atrás. Este se configura como erro e é bastante cobrado em concursos. Outro comum e que sequer percebemos é “Segue em anexo o documento.” Pensem comigo: se segue já é em anexo.